Peço perdão pela fé ingênua,
por crer e fazer crer,
por não saber mudar o destino,
parar o tempo, tomar para mim
a dor que não soube aplacar.
Peço perdão pelo esforço
da felicidade simulada,
ante a fragilidade inocente,
e pelo amor que os manteve,
além do tempo, junto a mim.
Peço perdão por não esperar o milagre,
não haver adormecido ao seu lado,
no instante em que os libertei,
folhinhas ficando à margem
da correnteza que nos arrasta.
Peço perdão por só existir em meus sonhos
a casa em que hoje os recebo,
e por levá-los ainda comigo,
pelas madrugadas, no coração.